Como eu fui de uma medrosa a alguém se mudando para o outro lado do planeta

Meu nome é Klara e minha jornada começa como amante do conhecimento na mais tenra idade. Eu fui uma criança muito curiosa e que falava muito, amava ir para escola e aprender coisas novas. Nasci em Goiânia, Goiás, no Centro-Oeste do Brasil em uma família de quatro irmãos e muito amor. Por eu ser a filha mais nova, sinto que fui muito protegida e até os meus 18 anos, quase não tinha autonomia para fazer as coisas ou andar sozinha. Eu sentia muito medo e até fui diagnosticada com síndrome do pânico aos 16 anos. Mesmo com medo, na adolescência eu sentia que precisava sair da casa dos meus pais. Sentia no peito uma vontade imensa de voar, de ser independente, de descobrir o mundo de voar mais longe.

Aos 18 anos, eu saí da casa dos meus pais e fui estudar Letras em Maringá, no Paraná. Não recebi muito apoio de meus pais nessa época, porque eles não queriam que eu saísse de casa e não concordavam muito com a escolha do curso que fiz. Apesar disso, eu sempre quis ser escritora e resolvi tentar. Encontrei pessoas que queriam formar uma república e fui morar com três estudantes.

Ao estudar Letras Português/Inglês, fui me apaixonando pela linguagem, pela docência, pelo comunicação, pela educação e cada vez mais pelo conhecimento. Apesar disso, eu não tinha muita afinidade com o inglês. Durante a adolescência eu comecei um curso de inglês, minha irmã fluente, começou a dar aulas muito cedo, ainda assim, este não era o meu maior interesse. Quando escolhi Inglês na faculdade, eu tinha certeza de que seria muito útil, mas deixava como um segundo plano. Durante o meu curso fui aprendendo e me desenvolvendo, ainda assim eu tinha uma trava e insegurança enormes. No último ano de faculdade, eu acabei sendo chamada para trabalhar para a Universidade Estadual de Maringá, como técnica administrativa, por meio de um concurso que prestei. Tentada pela estabilidade de uma carreira pública e um pouco desmotivada com a carreira de professora, comecei minha jornada no serviço público. No fim das contas fui trabalhar em um hospital, local que pouco tinha a ver com o que eu havia estudado e fui ficando cada vez mais desmotivada. Aos 23 anos, um ano depois de terminar a faculdade, decidi voltar para a casa dos meus pais e recomeçar. Pedi exonaração do serviço público.

Já na casa dos meus pais, eu me sentia regredindo, dando passos para trás. Decidi voltar a ser professora e fui convidada pela escola em que estudei quando eu era criança, que era uma escola privada perto da casa dos meus pais, para ser professora de inglês. Fui obrigada a vencer a minha insegurança e estudar cada vez mais para dar as aulas. Na faculdade eu tinha o sonho de ir em busca de um mestrado para melhores perspectivas para a minha carreira. Durante aquele ano reavivei este sonho.

Trabalhei e me preparei para a prova do mestrado e fiquei durante um ano na casa de meus pais. Durante este ano tive uma supresa muito boa e conheci o amor da minha vida, meu querido marido, um japonês que foi para o Brasil aos nove anos e desde então morou lá. No ano seguinte lá estava eu me mudando para ainda mais longe. Fui para outro estado cursar o mestrado em Educação. No meio disso tudo, fui morar junto com o meu marido. Mal eu sabia tudo o que haveria pela frente.

O mestrado foi uma experiência maravilhosa, que mudou minha vida e minha existência, passei a ver minha profissão de forma diferente, a existir de forma diferente. Consegui um emprego em um curso de inglês, enquanto isso, eu tentava conseguir uma bolsa para poder me dedicar melhor ao mestrado. No segundo ano por ser a segunda colocada na prova de admissão para o mestrado, consegui uma bolsa estudantil. Também aceitei um super desafio e escrevi a minha dissertação em inglês, além de ter a coorientação de uma professora norte-americana. Eu iria apresentar a minha pesquisa em inglês e estava super feliz por mais uma vez vencer todos os meus medos e inseguranças. A minha apresentação final foi muito emocionante e só me mostrava do quanto eu era capaz de ir longe e só precisava de coragem e aceditar em mim mesma. Além disso, graças a Deus tive pessoas maravilhosas que me apoiaram ao longo de toda a minha jornada até o momento (Thank you!). Além de tudo isso, eu comecei a dar aulas particulares de inglês e comecei a montar um curso personalizado para os meus alunos. Os alunos foram surgindo, quando percebi eu tinha um emprego como professora particular.

Após terminarmos os nossos estudos, decidimos que iríamos tentar a vida no Japão (como eu saí de alguém com medo de pegar um ônibus para alguém se mudando para o outro lado do mundo? Eu também ainda não havia pensado sobre isso!). Meus pais estavam chocados e não queriam muito que fôssemos, mas nos apoiaram. Lembro bem que meu pai chegou a perguntar para a minha mãe se ela achava que eu teria mesmo coragem de me mudar para tão longe e ela respondeu que se tivesse uma passagem para Marte eu iria (hahaha, quem sabe...). Nos casamos e organizamos a mudança.

Em 2022 chegamos ao Japão. Lembro bem da sensação de pisar pela primeira vez em outro país e sentir que eu estava literalmente em outro planeta. Tudo tão diferente! Ao mesmo tempo eu senti uma empolgação tão imensa, os cheiros, as cores, os sabores. Oh my Gosh! Eu literalmente AMEI muito. Era uma noite quente de verão e a primeira coisa que comi foi um sanduíche de ovo com maionese. Como aquilo poderia ser tão bom? Estavamos muito cansados, mas ainda pegamos um ônibus de Tokyo para Nagoia. Chegamos no outro dia bem cedinho na cidade que iríamos morar.

O começo foi bem desafiador. Meu marido achou um emprego legal, mas eu ainda não tinha um por ter aulas particulares e por ainda não termos decidido exatamente onde moraríamos. Quando decidimos, comecei a me cadastrar em sites para professores particulares, em uma site de baby-sitter, professora particular em casa para crianças e a enviar currículos. No início de 2023 comecei a dar aulas em uma escola internacional, em uma escola de inglês para crianças, além de conseguir alguns alunos particulares. Me lembro bem que tudo aconteceu de uma vez, quando consegui a minha primeira vaga, eu me ajoelhei no chão e agradeci a Deus. Eu me lembrei de todo o meu percurso e me senti super grata e empolgada por ter chegado onde cheguei. Hoje, dois anos depois continuo ensinando em uma escola internacional, tenho alunos online e presencialmente.

Finalmente, chegamos no capítulo atual. Começo hoje com este texto o meu blog e site em que quero compartilhar com muito mais pessoas o meu conhecimento em inglês, guiando você com passo a passo para aprender inglês, além de falar sobre muitas dúvidas que eu já tive na hora de aprender, para as quais agora tenho resposta. Também quero ajudar e aprender com mulheres que, assim como eu, buscam coragem, força e combustível para continuar vivendo a vida da melhor forma que puder. Podemos nos ajudar! Durante todos esses anos passei por muitos processos de evolução interna que acredito me fazer um ser humano melhor todos os dias. Claro, acredito que Deus está por trás de tudo isso como meu principal apoiador. Talk to you soon, Love, Klara.